Por muito tempo se viu na internet uma onda de vídeos e reportagens dizendo que era mais caro viajar para fora do país do que para o Nordeste, por exemplo. Todavia, não passa de propaganda furada para que os turistas não conheçam o nosso país.
Em uma pesquisa realizada pelo Folhetim, o que se torna caro é viajar em alta temporada. Isto é, durante o período que costuma ter maior índice de turistas. E isso não significa que uma alta temporada no Brasil é no mesmo período do que em outros lugares.
Por exemplo, durante a alta temporada brasileira como no Réveillon e Carnaval, é baixa temporada em países europeus, principalmente pelo inverno. O que tornaria mais caro viajar dentro do Brasil do que para fora, afinal de contas, os estrangeiros viajam mais para cá nesta época do ano.
Contudo, outro fator é a desvalorização do real, que embora tenha diminuído ano a ano, o consumidor da ponta (ou seja, assalariado), sente muito mais o impacto do que a classe mais rica da população. Durante a pesquisa, não foi encontrada nenhum pacote de viagem (passagem aérea + hotel com café da manhã) em ambas as temporadas por menos do que um salário mínimo.
Outros fatores, além do real também influenciam, como a recessão pós-pandêmica que ainda impacta o setor turístico. A BBC News Brasil através de relatórios da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) divulgou em 2023 que a média de uma passagem área em um único trimestre do ano foi de R$592,95, a mais alta desde 2010.
Para compreender a alta nas passagens áreas, precisa-se ir além do setor turístico e entender como as cias se mantém. Um jato comercial como o da Azul Linhas Aéreas, o Airbus A320neo com capacidade para 165 passageiros, custa US$110,6 milhões (R$547,90 milhões) se comprado direto de fábrica. Para um voo comercial acontecer é necessários ao menos 25 mil litros de combustível, ou seja, um total de R$182 mil para completar o tanque. A média por assento, isto é, por passageiro é de R$900,00. Além disso, há todo o custo operacional e de logística, como tripulação, manutenção etc.
Isto posto, é importante compreender quando é a alta temporada nos principais destinos turísticos. No Brasil, acontece durante as férias escolares (dezembro, janeiro e julho), réveillon, carnaval e feriados prolongados como Páscoa e Dia das Crianças. Já nos países do hemisfério norte (EUA, Canadá e Europa) a alta temporada acontece entre junho a setembro, quando o verão chega nestas localidades.
Confira no infográfico abaixo um comparativo de pacotes (passagem + hospedagem) em alta e baixa temporada saindo de Curitiba:
Em alta temporada, é mais caro viajar para todos os destinos se comparado com o período contrário. Contudo, em um mesmo período, o destino mais caro é Paris, França com um pacote custando em média R$8.673,00, excluindo gastos de alimentação, passeios turísticos, souvenires etc, enquanto que o mais barato é Recife, Pernambuco com uma média de R$2.214,00, também excluindo gastos variáveis. Sendo assim, é equivocada a ideia de que viajar para fora do Brasil fica mais em conta. Não há registros de que um dia sequer foi mais caro. Tudo depende de vários fatores, principalmente o período do ano em que se deseja viajar. A questão é se planejar com antecedência e pesquisar a fundo sobre o destino o qual almeja e evitar períodos de alta temporada.