Após declarações recentes de Emma Watson, atriz que interpreta Hermione Granger na franquia de Harry Potter sobre o distanciamento entre ela e a escritora da saga, J.K. Rowling, a mesma se pronunciou em sua conta no X (antigo Twitter).
“Não me é devida a aprovação eterna de nenhum ator que já interpretou um personagem que criei. Emma Watson e seus colegas de elenco têm todo o direito de abraçar a ideologia de identidade de gênero. No entanto, Emma e Dan, em particular, deixaram claro nos últimos anos que acreditam que nossa antiga associação profissional lhes dá um direito específico – ou melhor, a obrigação – de criticar a mim e às minhas opiniões em público”, disse ela na publicação.
J.K. Rowling vem se envolvendo há anos em polêmicas contra os direitos de pessoas LGBTQIAPN+ e tem causado repulsa nos fãs da saga e até mesmo na equipe que produziu os filmes.
A autora ainda continuou: “Emma pediu a alguém que me entregasse um bilhete escrito à mão por ela, que continha a única frase: ‘Sinto muito pelo que você está passando’ (ela tem meu número de telefone). Isso foi na época em que as ameaças de morte, estupro e tortura contra mim estavam no auge, numa época em que minhas medidas de segurança pessoal tiveram que ser consideravelmente reforçadas e eu estava constantemente preocupada com a segurança da minha família”
E ainda recordou de atitudes de Emma no passado: “Emma tinha acabado de jogar publicamente mais lenha na fogueira, mas pensou que uma única linha de expressão de preocupação dela me asseguraria de sua fundamental simpatia e gentileza.”
Rowling seguiu criticando a atriz em sua conta no X, como a grande maioria dos extremistas tem feito nos últimos anos. “Como outras pessoas que nunca viveram a vida adulta sem o conforto da riqueza e da fama, Emma tem tão pouca experiência da vida real que ignora o quanto é ignorante. Ela nunca precisará de um abrigo para moradores de rua. Ela nunca será internada em uma ala mista de hospital público.”
“Seu ‘banheiro público’ é individual e tem um segurança de guarda do lado de fora. Será que algum dia ela precisará de um centro de atendimento a vítimas de estupro administrado pelo estado que se recusa a garantir um atendimento exclusivamente feminino? Para se ver dividindo uma cela com um estuprador que é identificado como preso feminino?”
E finalizou dizendo: “A maior ironia aqui é que, se Emma não tivesse decidido, em sua entrevista mais recente, declarar que me ama e me estima — uma mudança de atitude que suspeito que ela adotou porque percebeu que a condenação veemente a mim não está mais tão na moda quanto antes —, eu talvez nunca tivesse sido tão honesta. Emma tem todo o direito de discordar de mim e, de fato, de discutir seus sentimentos por mim em público — mas eu tenho o mesmo direito, e finalmente decidi exercê-lo”
Foto de capa: Reprodução “O Globo”
