Apanhador de Almas traz o lado sombrio da magia, mas tropeça em efeitos e atuações

O novo filme nacional de terror Apanhador de Almas aposta no universo místico para contar uma história que mistura magia, medo e o desconhecido. Estrelado por Klara Castanho e um elenco diverso, que inclui nomes como Angela Dippe (Castelo Rá-Tim-Bum), Larissa Ferrara (As Aventuras de José & Durval), Jessica Córes (Biônicos, Cidade Invisível), Priscila Sol (Carinha de Anjo) e a influenciadora Duda Reis, o longa pretende explorar os limites entre o mundo dos vivos e o além.

A trama acompanha quatro jovens aspirantes a bruxas que, ao se depararem com uma criatura maligna, enfrentam um dilema capaz de alterar para sempre seus destinos. O ponto de partida investe no interesse das personagens pela vida após a morte, trazendo um tom misterioso e inquietante. No entanto, a narrativa não se aprofunda o suficiente nesse universo, deixando algumas pontas soltas e uma sensação de que o potencial da história ficou subaproveitado.

 

No aspecto técnico, o filme decepciona. Os efeitos especiais, especialmente a névoa recorrente que permeia diversas cenas, não convencem. A tentativa de criar uma atmosfera sobrenatural esbarra no amadorismo, comprometendo o realismo e o impacto visual que o gênero exige.

No elenco, as atrizes entregam performances dignas, transmitindo emoção e autenticidade em grande parte das cenas. Klara Castanho e suas colegas demonstram comprometimento com os personagens, enriquecendo o roteiro. Já Duda Reis apresenta uma atuação que destoou do restante do grupo. Sua interpretação soa forçada e exagerada, o que pode ser atribuído à própria construção da personagem, mas que acaba tirando o espectador da imersão.

O desfecho do longa surpreende ao fechar em um formato de looping, deixando uma sensação ambígua e um convite à reflexão. Mesmo com essa inovação, a obra peca pela falta de maior aprofundamento, que poderia elevar “Apanhador de Almas” a um patamar mais memorável no cinema de terror brasileiro.

Em resumo, o filme oferece um conceito instigante e um elenco talentoso, mas peca em aspectos técnicos e na construção narrativa, deixando a sensação de que o melhor ainda poderia ter sido explorado.

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