Desde o seu surgimento, o cinema passou por muitas transformações tecnológicas, principalmente após o boom da internet e o avanço na captação e distribuição de imagens. Contudo, a época de ouro do cinema ainda é considerada quando os filmes eram analógicos, isto é, exibidos em grandes rolos de película. Mas afinal, do que eram feitos e como funcionava?
POLÍMERO
As famosas películas que se tornavam um rolo enorme de fita de imagens era um composto plástico feito basicamente de polímero. Um material descoberto em 1846 e altamente inflamável – o que justifica a quantidade de filmes que queimavam no meio da exibição.
LOGÍSTICA
A forma como o cinema analógico era feito se tornava altamente caro para as produtoras e distribuidoras da época. Um longa-metragem era preciso em média de 4 a 8 rolos de película para uma exibição, isso porque cada rolo era capaz de armazenar apenas 25 minutos. A parafernália era gigante para que a exibição não fosse interrompida na hora da troca desses rolos.
Além disso, era preciso um montador profissional para realizar a colagem correta de cada pedaço da película. Se um filme fosse exibido em 4 salas do mesmo cinema, era preciso quatro cópias iguais. Um lançamento nacional então, o custo era imensurável.
O áudio era gravado inteiramente separado e apenas sincronizado na hora da exibição. Ou seja, um misero segundo calculado errado e a imagem seria exibida sem sincronia.
ATUALMENTE
O fim dos filmes analógicos começou gradativamente no final da década 2000, mas ganhou força com a chegada de Avatar de James Cameron em 2009. A quantidade de cinemas que buscaram pela versão 3D do filme fez que em apenas 1 ano houvesse uma queda de 82,5% para apenas 3% dos cinemas norte-americanos a utilizar as películas.
Na época, as películas haviam sido substituídas por grandes HDs que armazenavam todas as informações do filme, incluindo o áudio já sincronizado e em suas versões 2D,3D, dublado, legendado etc. Assim, o próprio exibidor (cinema) poderia escolher como colocar o filme na tela.
Contudo, a tecnologia deu um grande salto nos últimos anos e agora nem mesmo os HDs são utilizados. Os filmes chegam via satélite aos cinemas. O download acontece em um horário específico, geralmente na madrugada e com criptografia de ponta para que não ocorra vazamentos e pirataria.
Assim, basta o cinema baixar em suas data-base e distribuir os filmes para os projetores nas respectivas salas, programar os horários e pronto.
Alguns cinemas, cults, como a Cinemateca de São Paulo ainda utiliza as películas analógicas para alguns filmes específicos. Em Hollywood também não é muito diferente, já que Christopher Nolan e Quentin Tarantino chegaram a gravar alguns filmes em película na década de 2010.
Os Oitos Odiados, em 2015 fez as empresas de cinemas dos EUA correrem atrás de projetores analógicos para exibir o filme. No ano seguinte, em 2016, foi a vez de Nolan com Dunkirk.
No ano passado, o grande sucesso de Nolan, Oppenheimer também contou algumas exibições em película. No Brasil, nenhum exibidor possui mais tecnológica analógica.