O Iluminado | Reprodução
O gênero de terror psicológico cresce a cada ano, conquistando uma visibilidade que antes era quase inexistente. Um exemplo recente é o filme A Substância, vencedor do Oscar de Melhor Maquiagem em 2025 e indicado a outras cinco categorias, incluindo Melhor Atriz (Demi Moore) e Melhor Roteiro Original.
Embora o terror exista desde os anos 1920, com O Gabinete do Dr. Caligari (1921), de Robert Wiene, considerado o marco inicial do gênero, e um dos pilares do terror psicológico, foi apenas na década de 1970 que esse subgênero ganhou maior reconhecimento.
Segundo estudos da Universidade Estadual de Londrina (UEL), com base no filme O Bebê de Rosemary, o terror psicológico reflete medos sociais e individuais, funcionando como uma crítica claustrofóbica à perda de segurança no espaço moderno. O estudo classifica esse tipo de terror como “realista”, pois retrata situações que poderiam acontecer na vida real ou que já ocorreram.

O pesquisador cubano Emilio Mira y Lopez (2005) analisou o medo e definiu seis estágios que compõem o “ciclo emocional do medo”: prudência, concentração, alarme, angústia, pânico e terror. Essa progressão aparece em diversos filmes do gênero, como no clássico O Iluminado (1980), adaptação da obra de Stephen King, conduz o espectador ao clímax do terror e à desorientação extrema, fazendo-o experimentar as emoções do personagem.
Diferente do horror explícito, que apresenta cenas chocantes para impactar o público, o terror psicológico se baseia na sugestão e no estímulo à imaginação do espectador. Essa abordagem gera uma sensação constante de angústia, causada pela incerteza do que pode acontecer a seguir.
O crescimento do terror psicológico demonstra uma mudança no interesse do público, que busca experiências mais profundas e complexas. Ao explorar os medos internos e sociais, esse gênero revela-se não apenas uma forma de entretenimento, mas também um espelho das ansiedades contemporâneas.
