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O universo de Anônimo nos apresentou a Hutch Mansell (Bob Odenkirk), um personagem cativante que subverteu o gênero de ação. No primeiro filme, lançado em 2021, Hutch era um pai de família comum, preso em uma rotina monótona e frustrado com a própria inércia. Um assalto em sua casa, onde ele decide não reagir, serve como o estopim para que ele redescubra seu passado como um “auditor” — um assassino de elite. Dirigido por Ilya Naishuller e com roteiro de Derek Kolstad (criador de John Wick), o filme original foi um sucesso por seu contraste entre a vida suburbana de Hutch e suas habilidades letais, em sequências de ação brutais e surpreendentemente cômicas. O filme também se destacou pela participação de Christopher Lloyd como seu pai e RZA como seu irmão, mostrando que o dom para a violência era, na verdade, uma herança de família.
Em Anônimo 2, a ação continua com uma dose ainda maior de adrenalina. A direção de Timo Tjahjanto marca sua estreia em Hollywood, e é possível ver a influência de seus filmes de ação ultraviolentos, como A Noite nos Persegue. No entanto, a trama não se foca mais na redescoberta de Hutch, mas sim na sua tentativa de equilibrar a vida familiar com o caos que o persegue. O filme explora o lado de Hutch como um pai ausente, alguém que leva seu trabalho a sério demais e que, desta vez, acaba colocando sua família em perigo.

O conflito familiar é aprofundado e bem-apresentado, culminando em um desfecho que mostra a aceitação de sua esposa, Becca, ao lado violento do marido. O filme brilha com atuações de peso: Sharon Stone está impecável como a vilã Lendina, e Christopher Lloyd reprisa seu papel de forma convincente. Apesar de um ou outro momento parecer forçado, como a perda do dedo mindinho de Hutch em uma luta, a ação é ininterrupta e, na maior parte do tempo, satisfatória.
Enquanto o primeiro Anônimo foi uma surpresa refrescante no gênero de ação, o segundo filme, embora perca um pouco da originalidade, compensa com mais ação e uma exploração mais profunda da dinâmica familiar de Hutch. Se o original foi sobre um homem que precisava de sua família para se encontrar, a sequência é sobre uma família que, por fim, aceita o protagonista por quem ele realmente é, unindo-se a ele em seu mundo de violência. É uma continuação que, mesmo sem a mesma novidade do original, entrega uma experiência eletrizante e com atuações de peso.
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